sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Leitura Recomendada...

O Mundo Celta como Ressonância... esse post belissimo e com fotos maravilhosas merece a atenção de vocês: http://bruxapaga.blogspot.com/

Deliciem-se com ele...

Chalice Well - Pra todos que também querem saber porque fiz esse simbolo igualzinho como tatoo, clica na imagem e veja sobre o lugar... Maravilhoso!

Beijus e bom fim de semana à todos...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Todo dia é dia de ser Mulher

Com a aproximação do dia internacional da mulher (08 de março), comecei a refletir os motivos pelos quais essa data foi constituída, a forma como as mulheres foram subestimadas, sufocadas, e massacradas pelo patriarcado, pela sociedade e pelo sistema em geral, e vamos ser honestos que criar essa data não mudou a realidade da maioria das mulheres daquela época, e para nós mulheres de hoje a data está quase ganhando status de "data comemorativa", com direito à bombons e flores.
Quando as lutas e os objetivos daquelas mulheres já foram esquecidos, e por muitas de nós nem sequer conhecidos o dia internacional da mulher perdeu o caráter de manifesto, social e virou modinha como quase tudo... triste realidade!
Por isso não escreverei homenagem as mulheres no dia 08 de março como todos irão fazer, presto minha homenagem agora... as mulheres reais, as mulheres que sonham, choram, que lutam por um mundo mais justo, por um país mais democrático, por um estado mais participativo, por uma cidade, bairro ou comunidade mais segura, pela conscientização, pela mudança de paradigmas.
Que geram, que sangram... que não tem medo de ser mulher, que sabe o tamanho do poder que existe dentro dela, que não se esconde por trás do moralismo ou do comodismo.
Viva a mulher... viva mulher... viva você!
As mulheres da minha vida... uma que ainda vai fazer 06 anos... minha filha Isabela, que já tem personalidade de sobra...rsrsrs... a minha querida e falecida mãe Yvonne, uma Anciã Sábia, que deixou esse plano há 06 meses, mas que para sempre será uma presença forte e inesquecivel.
As mulheres, amigas, irmãs de caminhada mágica ou não... estamos unidas em ventre e coração!
As mulheres que foram parte importante de meu aprendizado sobre o Sagrado Feminino:
Sabrina Alves ...
Patricia Fox...
Mirella Faur...
Luciana Onofre...
Nana Odara...
...com algumas dessas tive o prazer de ter + do que somente o contato de aprendizado, e tenho a honra de dizer que são minhas irmãs, amigas com quem compartilho lições do cotidiano... vivendo na pratica a "Lealdade Feminina".
Minha eterna lealdade, admiração, carinho não só à essas que foram citadas, mas todas as mulheres com quem compartilho minha vida, em vocês enxergo a Deusa manifesta, em seus olhares, sorrisos e lágrimas a Deusa se expressa.
Abençoadas sejam vocês todos os dias... pois todos os dias são nossos, todos eles são da mulher!

Bençãos Plenas )0(

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Campanha Segunda Vermelha 2010

PARA ENTENDER MELHOR SOBRE A CAMPANHA (((SEGUNDA VERMELHA))) ACESSE:
http://segundavermelha.blogspot.com/

A segunda-feira que antecede o dia das mães, é chamada de Segunda Vermelha pelo Movimento de Mulheres que Celebram o Fluxo Feminino... neste dia vestimos vermelho, nos nutrimos de alimentos vermelhos, pintamos as unhas de vermelho, enfeitamos a casa com flores vermelhas, rsrsrs... e convidamos as amigas para juntas reverenciarmos nosso sangue, do qual brota vida. Mulheres em todo o mundo, independente de participarem ou não de Círculos Femininos, celebram esta data. Então meninas, se organizem para no dia 3 de maio de 2010 participarem conosco promovendo a SEGUNDA VERMELHA.

"QUALQUER MULHER pode organizar uma (((SEGUNDA VERMELHA)))
na sua sala, no seu quarto, na sala de aula ou no seu apartamento,
na casa das amigas,em um parque ou qualquer outra área aberta,
na sua faculdade, no centro da cidade, em bares ou restaurantes, qualquer lugar"!

Divulguem esta idéia, enviem sugestões, se organizem conosco... vamos celebrar o Sangrar, o Gerar, o Parir!!!

By Ana Paula Andrade
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Uma mulher deve entender o processo exato e a causa da menstruação para se compreender melhor e controlar a própria vida.
A maturidade sexual da mulher, geralmente atingida entre 12 e 14 anos, é marcada pela liberação de sangue por um período de três a cinco dias a cada mês. Os ovários estão localizados na parte inferior do abdome e medem aproximadamente de 2,5 a 5cm de comprimento, cerca de 1,5 a 3cm de largura e 0,6 a 1,5cm de espessura, e é neles que se formam os óvulos. Para que os óvulos cheguem ao útero, os ovidutos, ou trompas de Falópio, constituem um ambiente apropriado à sua fertilização.
O útero é um órgão em forma de pêra com uma cavidade interior e uma grossa parede muscular. Na condição de não-gravidez, ele mede cerca de 5cm de comprimento, 2,5cm de largura e 2cm de espessura. Em uma mulher sexualmente madura, a cada mês um óvulo é liberado de um dos seus ovários e desce para o útero em uma das trompas de Falópio. A cavidade do útero fornece abrigo para o ovo fertilizado, que se transplanta para a sua parede e começa a se desenvolver em um embrião.
Fonte: Kama Sutra para mulheres – Dra. Vinod Vema - Ed. Nova

Era
O revestimento interior da parede do útero (que forma a face da cavidade uterina) é chamado de endométrio, que se prepara a cada mês para um ovo fertilizado. Suas células se multiplicam e criam uma camada protetora que, na ausência da fertilização, é descartada no final de um ciclo de quatro semanas. Essas mudanças cíclicas no endométrio são controladas pelos hormônios estrogênio e progesterona, que são liberados em partes diferentes do corpo. As mudanças podem ser divididas em duas fases. Após a menstruação, entre o 5º e 14º dia, tem início uma fase proliferativa sob a influência do estrogênio, levando o endométrio a crescer cerca de 1 a 5mm. Entre o 15º e 28º dia, surge a fase secretora, assim chamada em virtude da formação e da secreção do glicogênio, o armazém celular de açúcar. Essa fase é precedida pela síntese do estrogênio e da progesterona, durante a qual o endométrio cresce para 3 a 8mm. Todo o processo faz parte da preparação necessária ao transplante do ovo fertilizado. Mais próximo do final da fase secretora, um acúmulo de líquido celular extra e uma quantidade maior de muco fazem com que as células do endométrio tornem-se progressivamente mais frouxas. As células hiper-hidratadas retêm muita água durante o último estágio, enquanto uma constrição das artérias reduz o fluxo sanguíneo, conduzindo à degeneração de parte da parede do útero. As artérias contraídas se rompem, ocorre uma hemorragia e parte da camada do endométrio é expulsa. Da camada basal remanescente ocorre novamente a regeneração durante o próximo ciclo. Essa é uma descrição resumida do processo e da causa da menstruação. É importante compreender que as mudanças que ocorrem no endométrio não são a única consequência da produção hormonal. A liberação dessas substâncias afeta os processos corporais como um todo.



http://segundavermelha.blogspot.com/

Por Ana Paula Andrade. - ativismo menstrual

**** Venha se juntar a todas nós no dia 03/05- Mulheres unidas por sua menstruação! Celebre, dance, cante ou chore, o importante é curar as suas feridas, juntas em circulo honrando nossos ciclos!

Em breve + detalhes de como será o Encontro da Segunda Vermelha em Santos -Babi Guerreiro

sábado, 20 de fevereiro de 2010

formspring.me

Pergunte sobre o Sagrado Feminino, Paganismo e Bruxaria: http://formspring.me/BabiGuerreiro

Ecofeminista, mãe, filha, mulher, Sacerdotisa e Filha dos Deuses Antigos.....ESSA É A BÁRBARA.

Sim... isso mesmo... essa é a Bárbara!!!

Ask me anything

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Alma Pagã

"O ímpeto de crescer e viver intensamente, foi tão forte em mim, que não consegui resistir a ele.
Enfrentei meus sentimentos. A vida não é racional! É louca e cheia de mágoa.
Mas não quero viver comigo mesma.
Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira, e todo o mal.

Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos, beber um Benedictine ardente.

Quero conhecer pessoas perversas, ser íntima delas. Quero morder a vida, e ser despedaçada por
ela. E estava esperando.
Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro.
Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante, com estímulos sensuais em muitas direções.
Fiquei docemente adormecida por alguns séculos, e entrei em erupção sem avisar."

Por Anais Nin -

Descreve a alma da mulher pagã, da Deusa adormecida dentro de cada uma de nós, Sacerdotisas da Grande Mãe, essa mistura tão inebriante de virtudes e defeitos que faz de nós seres tão fascinantes e misteriosos. Somos capazes de criar guerras, de gerar vidas ou acabar com elas. Grande é o poder que reside no mistério de ser mulher.
Somos as Conselheiras Sábias de nosso clã, a Curandeira, a Parteira, a Guerreira, o elo entre os mundos, somos livres para ser o que desejarmos.
Ouse ouvir a voz de sua Deusa Interior, deixe sua Mulher Selvagem, sua Loba uivar, correr livre pelos campos... viva... ame... sinta... não se contenha, deixe-se transbordar, flua com as águas do Útero da Grande Mãe, no movimento das marés que seguem a Mãe Lua.
Não tenha medo de ser você, o medo nos limita, cria impossibilidades imaginárias e ilusórias.
Seja você, simplesmente Mulher...

)0( Sianna Mab - Babi Guerreiro )0(

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mitos como instrumentos de insight

O primeiro traço de união importante que vi entre os padrões mitológicos e a psicologia das mulheres foi fornecido por Erich Neumann. Ele é analista junguiano. Em seu livro Amor and Psyche, Neumann usava a mitologia como meio de descrever a psicologia feminina. Percebi que a combinação de Neumann entre mito e comentário psicológico era um poderoso instrumento de insight.

No mito grego de Amor e Psique, por exemplo, a primeira tarefa de Psique era a de separar um enorme e desordenado monte de sementes, colocando cada espécie de grão num montículo separado. Sua reação inicial a esta tarefa, bem como às três tarefas seguintes, foi de desespero. Percebi que o mito se encaixava a certo número de minhas pacientes mulheres que estavam se esforçando com várias tarefas importantes. Uma era estudante graduada que sentiu-se incapacitada diante de uma dissertação, não sabendo como poderia organizar o amontoado de matéria. Uma outra era uma jovem mãe oprimida. Ela tinha que calcular o que fizera de seu tempo, selecionar prioridades e encontrar um modo para continuar a pintar. Cada mulher era chamada a fazer mais do que era capaz, como Psique, porém num setor que ela mesma escolhera. Ambas reagiram ao mito que espelhou a situação delas, proporcionou-lhes insight para o modo como elas reagiam a novas exigências, e deu um sentido amplo a seus esforços. Quando a mulher sente que há uma dimensão mítica para alguma coisa que ela esteja empreendendo, o conhecimento toca e inspira profundos centros criativos nela. Os mitos evocam sentimento e imaginação e tocam temas que são parte da herança coletiva humana. Os mitos gregos- e todos os outros contos de fada e mitos que ainda são contados há milhares de anos - permanecem correntes e pessoalmente relevantes, porque há uma ressonância de verdade neles sobre experiências humanas compartilhadas. Quando um mito é interpretado, intelectual ou intuitivamente, isso pode resultar em alcance novo de compreensão. Um mito é como um sonho do qual nos lembramos, até mesmo quando não é compreendido, porque ele é simbolicamente importante.

De acordo com o mitologista Joseph Campbell, "sonho é mito personalizado; mito é sonho despersonalizado". Não é de admirar que os mitos invariavelmente pareçam algo vagamente familiar. Quando um sonho é corretamente interpretado, a pessoa que sonha tem um lampejo de insight - expresso por um "Aha!" - pois a situação à qual o sonho se refere torna-se clara. A pessoa que sonha intuitivamente agarra e conserva o conhecimento. Quando, ao interpretar um mito, alguém deixa escapar um "Aha!", o mito determinado está simbolicamente chamando a atenção para alguma coisa que é importante para ele ou ela. A pessoa agora compreende alguma coisa e vê através da verdade. Este nível mais profundo de compreensão tem ocorrido em auditórios para os quais eu tenho falado. Isso acontece quando conto os mitos e depois interpreto seus significados. E um modo de aprender que lembra algo no qual a teoria sobre a psicologia feminina torna-se autoconhecimento ou conhecimento sobre mulheres expressivas com quem os homens e as mulheres da platéia estão relacionados.

Comecei a usar a mitologia em seminários sobre a psicologia das mulheres quase no fim dos anos 60 e começo dos anos 70. Usei-a primeiramente no centro médico da Universidade da Califórnia, no Instituto Psiquiátrico Langley Porter; depois em Santa Cruz, na Universidade da Califórnia e no Instituto C. G. Jung, em São Francisco. Na década e meia seguinte, a palestra deu-me mais oportunidade para desenvolver meus pensamentos e obter respostas dos auditórios nos seguintes lugares: Seattle, Minneapolis, Denver, cansas City, Houston, Portland, Fort Wayne, Washington D.C., Toronto, New York e a área da baía de São Francisco, onde moro. Onde quer que eu palestrasse, a resposta era a mesma: quando eu usava mitos em combinação com material clínico, experiências pessoais e insights do movimento feminista, o resultado era uma nova e mais profunda compreensão. Eu tinha iniciado com o mito de Psique, um mito que falava para mulheres que enfatizavam em primeiro lugar os relacionamentos. Depois falei de um segundo mito, cujo significado eu tinha desenvolvido. Esse mito descrevia as mulheres que se sentiam desafiadas em vez de desarmadas quando existiam obstáculos a serem superados ou tarefas a serem dominadas, e que, conseqüentemente, poderiam se desempenhar melhor na escola e fora, no mundo. A heroína mitológica era Atalanta, mensageira e caçadora que foi bem sucedida em ambos os papéis, vencendo os homens que tentavam vencê-la. Ela era uma bela mulher que fora comparada com Ártemis, deusa grega da caça e da lua. Esse modo de ensinar naturalmente incitava perguntas sobre outras deusas, e eu comecei a ler e a querer saber sobre o que elas representavam. Comecei a experimentar meus próprios "Aha!" como reação. Por exemplo, certa mulher ciumenta e vingativa entrou em meu consultório, e reconheci nela a raivosa e humilhada Hera, deusa do casamento e esposa de Zeus. O flerte de seu cônjuge provocou a deusa, levando-a a repetidos esforços de busca e destruição "da outra". Esta paciente era uma mulher que tinha acabado de descobrir que seu marido estava tendo um "caso". Tornou-se então obcecada com a outra mulher. Tinha fantasias vingativas, investigava os- atos e caminhos da outra. Tanto tentou pegá-los em flagrante que sentiu-se enlouquecer. Como típico de Hera, sua raiva não se voltava para o marido, que mentira para ela ou lhe fora infiel. Foi muito útil para minha paciente ver que a infidelidade de seu marido tinha uma resposta ao modo de Hera. Agora compreendia por que se sentia tão tomada pela raiva e como isso era destrutivo para ela. Pôde ver que precisava confrontar seu marido e o comportamento dele. Precisava encarar os problemas conjugais deles, mais do que tomar atitudes vingativas características de Hera. Então uma colega, sem que se esperasse, manifestou-se livremente contra a Emenda de Igualdade de Direitos, que eu estava defendendo. Por entre a raiva e a dor que senti, repentinamente deixei escapar um "Aha!" pela situação. Era, em nossas mentes, uma discordância de tipos baseados nas deusas. No momento, quanto a esse assunto, eu estava agindo e sentindo como Ártemis, arquétipo da Grande Irmã, protetora das mulheres. Minha antagonista, ao contrário, era como Atenas, a filha que nascera saltando das meninges de Zeus. Ela foi a deusa protetora dos heróis, defensora dos patriarcas, muitíssimo "filha do pai". Numa outra ocasião eu lia sobre o seqüestro de Patty Hearst. Compreendi que o mito de Perséfone, a donzela raptada, violentada e prisioneira de Hades, soberano do inferno, estava sendo completamente esgotado, desta vez nas manchetes dos jornais. Na época Hearst era estudante da Universidade da Califórnia. Era uma filha protegida de dois modernos e muito ricos deuses olímpicos, ela foi raptada e levada ao inferno pelo chefe do "Symbionese Liberation Army" e, fechada num cubículo escuro, foi repetidamente violentada.

Bem cedo eu estava percebendo que existem deusas em cada mulher. Descobri que o fato de conhecer qual deusa se fazia presente aprofundava minha compreensão dos acontecimentos mais dramáticos. Por exemplo: qual deusa estaria mostrando sua influência quando a mulher prepara refeições e faz o serviço doméstico?

Concluí que era um simples teste: quando um esposo se ausenta por uma semana, como é que a sua mulher prepara uma refeição para si própria, e o que acontece no que diz respeito à arrumação da casa? Quando a mulher influenciada por Hera ou por Afrodite fica sem companhia, isso pode ser comparado a uma triste e sombria ocorrência. Um pouco de mortadela talvez lhe baste. Qualquer coisa que esteja na geladeira ou no armário é suficientemente bom para ela quando está só, em marcante contraste com as bem cuidadas ou boas refeições que ela prepara quando seu marido está no lar. Ela prepara as refeições para ele. Faz o que ele gosta, é claro, mais do que aquilo que ela prefere. Isso porque ela é uma boa mulher que proporciona boas refeições (Hera), é motivada por sua natureza maternal a tomar conta dele (Deméter), faz o que agrada a ele (Perséfone), ou procura ser atraente para ele (Afrodite). Mas se a deusa que a influencia é Héstia, a mulher arrumará a mesa e proporcionará a si própria uma verdadeira refeição quando estiver só. E a casa permanecerá na costumeira boa ordem. Se as outras deusas tomarem para si o encargo dos assuntos domésticos é mais provável que eles sejam negligenciados até pouco antes da volta do marido. A mulher tipo Héstia trará flores para si própria, flores que nunca serão vistas pelo homem ausente. Ela deixará seu apartamento bem arrumado por causa dela mesma, e não por causa de alguém mais. E esse lugar, seu apartamento ou casa, será sempre considerado lar. A seguir veio a pergunta: "Os outros considerariam o caminho de se conhecer a psicologia das mulheres através de mitos um caminho útil e proveitoso?" A resposta veio quando eu palestrava sobre As deusas e a mulher. As ouvintes despertaram, intrigadas, e houve cochichos excitados pelo fato de se usar a mitologia como ferramenta de insigth. Este era um modo de se conhecer as mulheres, um caminho que estava persuadindo emocionalmente. Enquanto eu contava esses mitos, as pessoas viam, ouviam e sentiam; conforme eu os interpretava, as pessoas reagiam com um "aha!" Ambos, homens e mulheres, compreenderam o significado dos mitos como verdade pessoal, verificando alguma coisa que eles já sabiam e da qual eles estavam agora se tornando conscientes.

Também falei em encontros de organizações profissionais e discuti minhas idéias com psiquiatras e psicólogos. Partes deste livro foram primeiramente desenvolvidas como apresentação para as seguintes instituições: Associação Internacional de Psicologia Analítica, Academia Americana de Psicanálise, Associação Americana de Psiquiatria, Instituto Feminino de Associação Americana de Ortopsiquiatria e Associação de Psicologia Transpessoal. Minhas colegas acharam essa abordagem proveitosa e apreciaram o insight o padrão de individualidade e sintomas psiquiátricos que um conhecimento das "deusas" pode proporcionar. Para a maior parte de minhas colegas esta era a primeira exposição que tinham ouvido de uma analista junguiana sobre psicologia das mulheres. Somente minhas colegas junguianas estavam cientes de que eu estava e estou progredindo em minhas idéias sobre psicologia feminina, que diferem de alguns conceitos de Jung, tanto quanto estavam cientes de que estou integrando as perspectivas feministas com a psicologia arquetípica. Embora este livro tenha sido escrito para um público comum, o leitor junguiano especialista deverá notar o seguinte: a psicologia das mulheres, baseada nos arquétipos femininos, desafia a aplicabilidade geral da teoria junguiana de anima-animus (ver capítulo 3, "As deusas virgens"). Muitos escritores junguianos têm escrito sobre deuses e deusas gregos como figuras arquetípicas. Fico-lhes agradecida por contribuírem com seu conhecimento e insights, e cito o trabalho deles. Contudo, ao selecionar sete deusas gregas e categorizá-las em três grupos específicos, de acordo com o modo como elas funcionam psicologicamente, criei uma nova tipologia, e também um meio de compreender os conflitos intrapsíquicos. Dentro desta tipologia, acrecentei o conceito de consciência de Afrodite como terceiro método para a consciência enfocada e a percepção difusa, que já foram descritas na teoria junguiana.

Dois novos conceitos psicológicos adicionais são introduzidos, mas não aperfeiçoados, em primeiro lugar, as deusas proporcionam uma explicação para as incompatibilidades entre o comportamento das mulheres e a teoria dos tipos psicológicos de Jung. De acordo com esses tipos supõe-se que uma pessoa seja extrovertida ou introvertida na atitude; use sentimento ou razão como modo de avaliação; e perceba através da intuição ou sensação (através dos cinco sentidos). Além do mais, supõe-se que uma dessas quatro funções (pensamento, sentimento, intuição, sensação) seja mais conscientemente desenvolvida e confiável; seja qual ela for, supõe-se que a outra metade do par seja a menos segura ou menos consciente. As exceções do modelo de Jung "ou/ou, e mais desenvolvido/menos consciente", têm sido descritas pelas psicólogas junguianas June Singer e Mary Loomis.

Acredito que os arquétipos referentes às deusas proporcionam uma explicação para as exceções quanto às mulheres. Por exemplo, conforme a mulher "muda de conduta" e vai de uma faceta a outra de si própria, ela pode mudar de um padrão para outro de deusa: em um ambiente, por exemplo, ela é uma Atenas que presta atenção aos detalhes; em outra situação ela é uma Héstia introvertida, protetora da lareira, para quem "as águas silenciosas são profundas". Essa mudança explica a dificuldade de se determinar o tipo dela segundo Jung, pois a mulher tem muitas facetas. Ela pode estar muito conscientizada dos detalhes estéticos por influências de Afrodite) e não notar, por exemplo, que o fogão ainda está aceso, ou que o indicador do nível de gasolina registra quase vazio (detalhes que Atenas não perderia). A deusa predominante explica como uma função (neste caso a sensação) pode ser de modo paradoxal ao mesmo tempo altamente desenvolvida e inconsciente. Em segundo lugar, a partir da observação clínica concluí que o poder de um arquétipo representado por uma deusa (dominando o "ego" de uma mulher e causando sintomas psiquiátricos) compara-se com o poder atribuído a essa deusa historicamente – diminuindo influência da Grande Deusa da velha Europa, através de estágios, para as deusas gregas, que eram deusas filhas ou jovens. Embora este livro desenvolva a teoria e proporcione informações úteis ao terapeuta, ele é escrito para qualquer pessoa que queira entender melhor as mulheres principalmente aquelas mais íntimas, mais queridas, ou mais mistificadas para eles - e para as mulheres que queiram descobrir as deusas existentes no interior de si mesmas.


Rainha Mab - Amooo


*Trecho retirado do livro As Deusas e a Mulher - De Jean Shinoda Bolen


Que possamos nos reconhecer nas Deusas e assim trabalhar nossos pontos fracos e fortalecer-nos em nossas qualidades...
Um cheiro em todas vocês... )0( Sianna Mab)0(