quarta-feira, 31 de março de 2010

Eu olho para você... (Whitney Houston)

Ao me deitar
O céu me ouve agora
Estou perdida sem uma causa
Depois de me dar por inteira

As tempestades de Inverno vieram
E escureceram meu sol
Depois de tudo que passei
A quem posso me voltar?

Eu olho para você
Eu olho para você
Depois que toda a minha força se foi
Em você posso ser forte

Eu olho para você
Eu olho para você
E quando as melodias se foram
Em você ouço uma canção, eu olho você

Depois que perco a minha respiração
Não há mais porque lutar
Não há mais pensamentos de se reerguer
Procurando por aquela porta aberta

E cada caminho que tomei
Levou-me ao desgosto
E não sei se irei fazer
Nada a fazer senão levantar a minha cabeça

Eu olho para você
Eu olho para você
Depois que toda a minha força se foi
Em você posso ser forte

Eu olho para você
Eu olho para você
E quando as melodias se foram
Em você ouço uma canção
Eu olho para você

O meu amor foi todo destruído (oh Senhor)
As minhas paredes caíram sobre mim
Caindo sobre mim (a chuva está caindo)

A chuva está caindo
A derrota está chamando (me liberte)
Preciso de você para me libertar
Leve-me para longe da batalha
Preciso de você para brilhar sobre mim

(Coro)
Eu olho para você
Eu olho para você
Depois que toda a minha força se foi
Em você posso ser forte

Eu olho para você
Eu olho para você
E quando as melodias se foram
Em você ouço uma canção
Eu olho para você

Quando palavras não conseguem dizer use a musica... sempre funciona comigo... ;)

Safo... a Poetisa... Homossexual?

Longe de esclarecer seu mistério, o tempo tornou Safo símbolo da homossexualidade feminina. Um símbolo tão difícil de esquadrinhar quanto a verdadeira causa que levou Anacreonte a afirmar maliciosamente que o nome da ilha de Lesbos, onde ela nasceu e viveu a maior parte de sua vida, conotava a paixão mútua das mulheres que ali se congregavam sob a tutela de uma dama da alta linhagem, a fim de adquirir as bases de uma vida feliz e decorosa para si mesmas, para seus maridos e para a sociedade em geral.
Safo pressente sua solidão a distância, e em suas palavras sente-se a imensa ternura por meio da qual, ante as moças, ela esvaziava seu íntimo desespero. Desfrutou o amor dos homens.
Conheceu o fingimento das que reconhecem o galanteio do abismo. Perguntou às estrelas qual era seu destino. Em suas noites insulares provou o sabor acre de uma feminilidade demasiado pesada para as delicadas donzelas, e intimidante para os varões acostumados à rudeza. Presa ao cerco do ensino, cumpriu o sanção do oráculo e, ainda que nunca tenha recorrido a Delfos, soube com clareza o que significava conhecer-se a si mesma.
Safo apercebeu-se de muitas coisas que não se conheciam em seu tempo. Conheceu, por exemplo, a estreiteza daquela paisagem cercada de água por todos os lados, a asfixia que ilumina a dor, a divindade que consagra a linguagem e o vigor inefável da poesia. Talvez nunca se tenha interessado pela glória, porque em seu corpo adivinhava os sinais de sua irremediável transitoriedade. Sorria diante das meninas que experimentavam novos modos de agradar, e nelas reconhecia o que nunca havia sido, o reflexo daquilo que nem tentou ser. Percebeu a ameaça que se acha contida no diferente. Imaginou a redenção do prazer. Esquecida do próprio gozo, amou o orgulho de Girino e até se inclinou para beijar-lhe os pés. Em tempos de amor,
pressentiu o crepitar da fogueira interior, e Átis ensinou-lhe a entreter a infelicidade. Como Circe, ela também explorou o abandono quando algum "Ódio", sob outra denominação, cruzou sua vida, e é de se crer que, sob o vigor de sua voz, a poetisa fosse dominada por um temor inaudito ao desconhecido.
Como era comum em outras partes da Grécia, em Lesbos gozavam de grande prestígio as instituições educativas para mulheres - que em nossos dias têm sua contraparte nos internatos para as adolescentes, ainda que estes não imitem a devoção pelas artes que era praticada na Antigüidade, nem neles exista a liberalidade com que aquela cultura mostrava seus sentimentos. Dificilmente se encontrava uma jovem de boa família que não houvesse recebido as regras e o
refinamento da perfeita mulher casada. Havia inúmeros agrupamentos religiosos denominados thiasoi, nos quais eram treinadas com especial rigor aquelas moças destinadas a se casar com os filhos da nobreza, comerciantes enriquecidos e heróis de guerra. Assimilavam princípios e tradições; desfrutavam de seleta companhia e cultivavam segredos de amizade talvez infiltrados de amores sutis, pois, em sua Ode a Afrodite, Safo pede para ser liberada de um amor feminino, enquanto em sua Ode à mulher amada, declara sua paixão por uma garota cujo olhar a comove profundamente; ao mesmo tempo, o jovem sentado a seu lado parece-lhe um deus em sua indiferença. Se tais exclamações são freqüentes em sua poesia, em passagem alguma de sua obra se encontra uma referência explícita às relações físicas entre elas.
Concentradas na aprendizagem da música e da poesia, tudo estava disposto para incorporá-las com suavidade às exigências da sociedade, que não eram nada simples. Para isso contribuíam as tradições lésbias de valorizar o companheirismo, honrar os deuses com danças e cantos e manter contatos variados com seus vizinhos, os jovens lídios, famosos por sua elegância. Resulta daí que os versos líricos de Safo sejam mais intensos que seus epitalâmios compostos para interpretação coral em ocasiões festivas; e igualmente apresentem maior força que suas canções dedicadas a homens ou a deuses.
Seus cantos festivos para casamentos gozavam de grande prestígio em função de sua radiante espontaneidade. Com poesia despedia algumas de suas discípulas, e com poesia mitigava a iniciação destas na complicada vida a dois que, desde o século VII daquela era, se completava com uma singular devoção entre o homem e o jovem ou entre a mestra e a aluna, relação esta que, apesar de refletir expressões de afeto que possam nos parecer desmedidas não implicava
necessariamente ligações sexuais. Essa forma de aliança preparava para a vida, buscando imitar uma existência ideal e apaixonada. A literatura helênica está repleta de tais exemplos, até que Platão, muitos anos depois, se encarregou de definir os termos da amizade, do amor e da ligação espiritual.
É impossível determinar exatamente o período em que as jovens permaneciam sob a tutela de Safo. As relações íntimas de ódio e amor que refletia em seus versos denotam o trânsito da puberdade à adolescência, porque era comum que o casamento fosse realizado muito antes que os noivos completassem 20 anos. As meninas constituíam sua audiência e estava previsto que deixariam seu círculo diretamente para a celebração de seus esponsais, o que torna pouco provável a suposição de que Safo fosse uma sacerdotisa rodeada de formosas jovens com as quais praticava rituais eróticos em honra de Afrodite e das Musas, como escreveu maliciosamente o poeta Anacreonte, uma geração depois.
Em seus versos de despedida, Safo celebrava os noivos comparando-os a ninfas e heróis; isso confirma que, estando a vida coletiva das jovens dos thiasoi sob a especial proteção de Afrodite, as meninas expressavam um afeto apaixonado entre si e para com a mulher que as tutelava; e Safo, nesse sentido, professava um cálido apego pelas adolescentes que, ao se casarem, deixavam de ser "jacintos nos montes" para se converterem em "flores plantadas no solo", ou seja, que a
partir do momento em que arcavam com as preocupações e dissabores da vida matrimonial, para a qual haviam sido preparadas, as donzelas perdiam seu estado anterior de pureza perfeita.
Foi assim que ela cantou ao encaminhar para as bodas uma das jovens de seu thiasos, e é assim que lemos estes versos que começavam com o louvor do noivo antes de se dirigir à noiva:

Parece-me igual aos deuses o homem
Que vejo sentado frente a ti
Ouvindo absorto tua doce voz
E o riso encantador que, a mim,
Perturbou o coração dentro do peito.
Apenas te contemplo e a voz me falta
A língua parece partir-se
E um fogo sutil recorre pele adentro;
Já nada vêem meus olhos e zumbem meus ouvidos,
Corre o suor pelo meu corpo e trêmula
Sinto-me toda; como a relva do prado
Quedo-me verde e como morta.
Porém a tudo é preciso superar...

Se pouco restou da obra de Safo, muito menos de sua biografia.
Nasceu por volta do ano 590 a.C, perto de Mitilene, capital da ilha de Lesbos, na época ocupada pelos eólios; por Heródoto sabemos que seu pai chamava-se Escamandrônimo e sua mãe Cieis, nome que daria também a sua formosíssima filha, provavelmente loura, a quem dedicou pelo menos uma canção na qual a comparou à luz de uma tocha.
Segundo a própria confissão, não era bela; Plutarco, todavia, apelidou-a a bela Safo, enquanto Platão, que muito admirava sua força poética, foi o primeiro a chamá-la Décima Musa. Ela descreveu a si mesma como uma mulher pequena, morena e não muito graciosa. Oscilava entre
sentimentos doces e amargos, e não ocultou os transtornos que, em determinadas ocasiões, lhe provocava Eros. De fato, sua lenda começou a se difundir graças aos extremos que ora deixavam-na repassada de dor, a ponto de desejar a morte por causa de um abandono, ora
enchiam-na de um gozo exagerado. Apaixonada, sensual e inclinada a certa melancolia, a qual sabia expressar com singeleza, Safo permaneceu, contudo, estóica por disciplina, e tão brilhante quanto extraordinariamente sensível.
Perdeu seu pai quando tinha 6 anos e manteve ligações muito estreitas com seus três irmãos, a quem mencionou várias vezes em seus cantos. Orgulhosa do fato de um deles [Lárico], devido à sua elegância e beleza, ter sido escolhido para servir o vinho nos banquetes cerimoniais, testemunhou em seus versos a importância que representava para um jovem da cidade receber uma distinção como esta. Com relação a Cáraxo, ao contrário, descreveu a vergonha que trouxera à família quando se apaixonou por uma hetera grega chamada Dórica, que conheceu em uma de suas navegações a Naucrátis, na costa egípcia, onde comerciava com o vinho de Lesbos. Por ela, esta amante misteriosa, Cáraxo sacrificou seus bens e incorreu em desvarios tais que ao descrever o acontecimento, Heródoto a confundiu com Rodópis, uma cortesã de origem trácia que foi durante algum tempo escrava do comerciante Jadmon, o homem sâmio de Efestópolis,
e companheira de servidão do fabulista Esopo. Graças a seus encantos, Rodópis acumulou grandes riquezas, e com a décima parte de sua fortuna mandou erigir a si mesma um monumento em Delfos. Mas seria demasiado forçado vinculá-la a Cáraxo.
Safo casou-se com um próspero comerciante da ilha de Andros, ainda que desse matrimônio só tenham restado os versos dedicados a Cleis, "formosa como flores de ouro", por quem sua mãe "daria a Lídia inteira". Morto ou abandonado, seu marido Quérquilas se apagou de sua biografia. Ainda jovem Safo partiu para o exílio na Sicília, talvez por causa de distúrbios políticos ocorridos em Lesbos, e lá lhe ergueram um monumento no século IV a.C, o qual foi roubado muito depois por Verres, um governador romano conhecido por sua cobiça. Safo regressou mais tarde para Mitilene, onde permaneceu pelo resto de sua vida. Os interesses de Safo não se concentravam em questões de família, mas eram tomados pelas tarefas da escola e com o ofício de tutelar as jovens, que considerava um ministério sagrado. De fato, a poesia orientava e refinava suas vidas. Foi com esse espírito que escreveu e conviveu entre as meninas que formou e amou, e com quem sofreu e se alegrou. Assegurou que a atividade das Musas favorecia o triunfo da sensibilidade, da ordem e da graça sobre a torpeza, a desordem, o acaso e a vulgaridade; por isso nunca devia se infiltrar em seu círculo um sentimento de luto; ao contrário, quando perdiam um ser querido, as jovens deveriam cultivar o silêncio, conforme cantara em seus versos a Cleis quando esta chorou pelo desaparecimento de alguém que lhe era próximo.
Safo escreveu no dialeto eólio ou em lésbio vulgar, inventando tanto os harmoniosos versos sáficos como as estrofes eólicas, espécie de harmonia para canto acompanhado por um instrumento chamado pectis. Dos nove livros que escreveu, só perduraram dois poemas
completos: a Ode à mulher amada, que foi compilado por Longino em seu Tratado do sublime e traduzido para o latim por Catulo em seu poema; e a Ode a Afrodite, resgatado por Dionísio de Halicarnasso. Os fragmentos de muitos outros poemas que conhecemos confirmam que se cumpriu sua esperança de ser recordada através dos séculos não pelo clima de escândalo que a envolve, mas por sua reputação entre os poetas de maior importância da lírica grega.
Desconhecem-se as datas de seu nascimento e de sua morte. Um célebre relato, talvez proveniente de uma comédia grega, afirma que Safo se apaixonou por um certo Faon. Quando este a desprezou, a poetisa precipitou-se do rochedo de Lêucade, uma ilha situada na costa oeste
da Grécia.
Essa mulher, diria mais tarde Marguerite Yourcenar, amargurada por todas as lágrimas que, fortalecida por sua coragem, não se permitiu nunca derramar, percebeu que a todas as suas amigas não podia oferecer mais que um acariciante desamparo.

Do livro Mulheres, Mitos e Deusas - de Martha Robles

Beijos sonolentos... rsrsr...
Babi

segunda-feira, 29 de março de 2010

Achar respostas...

Foram 8 dias e 7 noites, longe da minha casa, da minha cama, da minha familia, dos meus amigos, conhecendo e desvendando um lugar chamado Pantanal...
Na verdade, ficamos meio nomâdes, 1 dia em Cuiabá, 2 em Poconé, 2 em Aguas Quentes, 1 em Jaciara, e 2 em Cuiabá antes de voltar pra Sampa... diga-se de passagem que andar de avião foi a experiência mais assustadora da minha vida, definitivamente sou um ser da Terra, do elemento fixo...rsrsrs
Mas houveram momentos que pude ouvir o Sagrado, como na noite em que fizemos uma fogueira na Pousada em Poconé, aquele céu mega estrelado e as Canções Sagradas sendo cantadas... foi inevitável.
E na Chapada dos Guimarães no momento que fomos conhecer um dos Mirantes que dá acesso a uma visão privilegiada, naquele instante você olha aquela imensidão, e percebe o quanto se é pequeno, o quanto se é frágil, mediante tão grande poder!

As respostas que achei que encontraria nas pedras da Chapada, nos rios do Pantanal, eu encontrei dentro de mim mesma, existem coisas inevitáveis que estão para ocorrer em minha vida, e sei que não posso mais lutar contra elas, e não farei, seguirei o fluxo, seguirei meu fluxo com calma e confiança.

Meus amores, minhas paixões me orientaram até aqui, nunca fui uma folha ao vento, sempre escolhi a direção para onde me levar, mas desta vez não é assim, me debatia contra mim mesma, me sinto ainda pressa, me sinto agoada em um canto, sem saber para onde olhar, sem ar, sem luz.
Sinto falta daquela mão forte, daquele abraço protetor, daquele olhar que sem palavras me dizia que tudo ficaria bem, daquele corpo que me aquecia a alma, das palavras de confiança e ânimo, dos beijos aos risos e em lágrimas... sinto falta de nós, sinto falta de como eu era antes.
E sei que nada pode substituir o que tive, mas acredito que a Deusa em mim vive e ama, se expressa de muitas formas, e em breve Ela colocará meu coração em um mar tranquilo e sereno.
Longe dessas tristezas, longe dessas dúvidas, e perto de alguém que possa me amar como sou, sem títulos, nem cargos, somente como uma mulher, uma filha da Deusa.
Alguém que possa de novo enxugar minhas lágrimas e arrancar um sorriso espontâneo de mim, alguém que aceite meus defeitos e veja mais do que a Sacerdotisa que existe.
Estou nesse labirinto de perguntas e tentando achar as respostas, e não é fácil... é estranho!

*** Cada dia constitui uma nova vida para quem sabe viver!***

Assim eu sigo... dizendo: Eu acredito, acredito, acredito!

Beijos com aroma do outono chuvoso...

Babi Guerreiro

segunda-feira, 8 de março de 2010

100 Anos - Celebrar o quê no dia Internacional da Mulher?


Já que postei um texto dizendo que não faria homenagens hoje, não farei, a proposta da blogagem coletiva é justamente um momento de reflexão sobre o que temos pra festejar no dia em que comemoramos 100 anos da criação desta data.
A mulher dentro destes 100 anos adquiriu o direito ao voto, a pilula anticoncepcional nos deu a escolha de ser ou não fértil, ganhamos posição de destaque no mercado de trabalho, inclusive em muitas profissões sendo mais bem remuneradas do que os homens.
Tivemos nossa precaução premiada, os seguros de automóveis são mais baratos para nós, pois somos mais atentas e nos envolvemos menos em acidentes.
Ganhamos a proteção de leis como a licença maternidade e amamentação e a lei Maria da Penha contra a violência, mas que infelizmente muitas vezes ficam só no papel.
Se bem que acredito que temos que fazer com que elas sejam cumpridas, continuar lutando para que elas sejam mais reais e menos utópicas!
Ainda existe muita injustiça contra as mulheres, muito preconceito à ser vencido, mas continuaremos firmes, buscando nossos ideais, filosóficos, profissionais, divinos ... seguiremos rumo ao futuro que espero que seja melhor pra todas nós!

Minha homenagem as mulheres que compartilham ou já compartilharam de suas vidas comigo, Somos Vitoriosas!!!

Beijos à todas...
Babi Guerreiro

quarta-feira, 3 de março de 2010

Reflexões e Fluxos

Essa semana passei a reler o Legado da Deusa, um dos livros mais importantes sobre os Ritos de Passagem Femininos, um dos mais usados por mulheres em Círculos Femininos, pela sua riqueza de informações históricas, e sugestões ritualísticas, é sempre uma leitura interessante.

Mas no meu caso estou relendo para rever e acrescentar conteúdo a apostila dos Mistérios Femininos, pois em junho teremos uma nova Reconsagração do Ventre.

E então ontem deitada no sofá enquanto fazia anotações e corria os canais; adoro ver TV e ler ao mesmo tempo... Parei para assistir um dos meus filmes favoritos; O Diabo veste Prada. Uma interpretação magnífica de Meryl Streep, no papel de Miranda, uma mulher temida do mundo da moda que movimenta milhões de dólares, ela tem o poder e prestigio.

Em um determinado momento já quase no fim do filme, Andy (Anne Hathaway) sua assistente consegue definir em uma frase minha opinião sobre o personagem de Miranda: “Se ela fosse um homem tomando decisões duras ninguém à acusaria de ser fria”. E a cena mais impagável é no fim o sorriso de Miranda dentro do carro ao ver Andy, e logo depois ela falar com seu tom habitual duro com o motorista enquanto coloca os óculos escuros.

Toda vez que vejo Miranda em Diabo veste Prada, penso nas mulheres que como ela abrem mão de suas vidas pessoais em nome de seus ideais, e nem sempre em nome do dinheiro, ao contrário, o bom pagamento é somente conseqüência de seu desempenho. Muitas que perdem casamentos, passam horas longe de seus filhos, perdem até mesmo o ar doce e frágil, tornando-se verdadeiras guerreiras, batalhadoras.

Algumas feministas dirão que essa é a libertação da mulher, finalmente conquistando espaço e respeito em todas as esferas da sociedade.

Outras dirão que esse embrutecimento da mulher só nos torna masculinizadas, fazendo com que percamos nossa energia com coisas que nem deveriam nos preocupar tanto.

Já foi provado historicamente o papel de destaque da mulher nas culturas matrifocais, onde elas eram o centro da vida, respeitadas por seus ensinamentos e sabedoria, em muitas culturas elas também caçavam, aravam a terra, cuidavam de suas casas e família e ainda se recolhiam em sua Lua Vermelha para entrar em contato consigo mesma e suas Ancestrais. E nem por isso era enxergadas como megeras frias e duronas. Talvez a mulher que obtêm o poder se torne “durona” como uma forma de armadura, que a protegerá dos maus-dizeres, das criticas, dos olhares maliciosos, é claro que para toda regra existe a exceção, e devem existir aquelas que realmente são frias e más, que fazem outros de escada rumo ao topo.

Voltando ao Legado da Deusa, num trecho do livro; Mirella Faur relata que o patriarcado reduziu a menstruação à um período “sujo”, o qual a mulher estava excluída, banida do convívio social e familiar, mulheres cristãs menstruadas não podiam ordenhar vacas (azedavam o leite), assar pães (que não crescia), plantar(sementes não brotavam), preparar alimentos (que fermentavam) ou tocar os homens (para não torná-los impotentes).

Com o advento das sociedades patriarcais, as práticas sagradas com o sangue menstrual foram substituídas por proibições, enclausuramento, restrições e conceitos perniciosos, causando assim nas mulheres perturbações psíquicas e disfunções fisiológicas.

Perdendo a conexão com os ciclos da Lua à medida que o culto a Deusa foi proibido, a mulher começou a sofrer desequilíbrios hormonais, dores, depressão e toda a gama de sintomas conhecidos como TPM.

Mas uma das informações que mais ansiava dividir vem do livro Rubra Força de Monika Von Koss: No século passado, quando uma mulher não se comportava de acordo com o papel a ela designado pelo sistema patriarcal, era chamada de histérica, termo que vem do grego que significa útero. O histerismo referia-se a um distúrbio explicado pela sufocação desse órgão. Nada mais adequado para designar a fonte da rebeldia feminina, quando pensamos na repressão sexual e emocional a que eram submetidas as mulheres de então.

Então o que mais posso eu dizer diante dessas informações há não ser que; não deixemos nossos úteros serem sufocados pelas agruras do dia a dia, seu sufocamento nos adoece, deprimi, e causa males inúmeros ao nosso psicológico, corpo e espírito.

Quando menstruamos é o momento de voltarmos para nós mesmas, ou pelo menos deveríamos, pois essa é a arte de menstruar como diria Monika; a habilidade de fluir com a vida é o momento em que somos chamadas para dentro a fim de harmonizar-mos a nós mesmas.

Ouça seu próprio chamado, escute seu corpo, perceba seus sinais, afine-se consigo mesma, e então perceberá a diferença em si e ao seu redor.

Boudicca- A Rainha Vermelha
Uma mulher, uma sacerdotisa, uma guerreira!

***Babi Guerreiro***